Da violência familiar ao ingresso em situação de rua. Vítima de agressões físicas e psicológicas no ambiente doméstico, a população LGBTQIA+ tem procurado nas ruas a possibilidade de se livrar das violências domésticas. “Muitas vezes as pessoas chegam a essa decisão porque estão numa situação em que não se pode sequer encostar no mesmo talher da família, só pode ficar no quarto dela, sem usar o espaço comum”, aponta o subsecretário de Direitos de Cidadania de Belo Horizonte, Thiago Alves. Para atender essa população em constante violação de direitos, a prefeitura inaugura em dezembro uma casa de acolhimento para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Este espaço, conforme havia sido anunciado pelo prefeito Fuad Noman (PSD) durante a Parada do Orgulho LGBTQIA+ realizada no dia 6 de novembro, será um presente para a capital mineira, que comemora 125 anos no próximo dia 12. “É uma forma de oferecer dignidade, saúde, acolhimento e segurança”, disse o prefeito durante o discurso, garantindo que a casa será voltada, principalmente, à minoria que se encontra em situação de rua.
Hoje, cerca de 5.000 pessoas encontram-se em situação de rua, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte. A capital, no entanto, não consegue quantificar o número de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais que estão nesta situação. Isso porque os levantamentos já realizados pela administração municipal não buscavam distinguir quantas dessas pessoas fazem parte dessas minorias. No entanto, a fim de desenvolver políticas públicas voltadas a esse grupo, o Censo da População de Rua 2022, feito pela prefeitura em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), passou a incluir perguntas para identificar esse recorte da população. Essas respostas deverão auxiliar no desenvolvimento de projetos como os da casa de acolhimento. Inicialmente, o espaço deverá atender cerca de 20 pessoas por um período de até três meses cada uma delas.
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