De acordo com Elias Assum Sabbag Junior, a sucata plástica como matéria-prima é mais do que uma tendência: é um vetor de competitividade, inovação e redução de custos em cadeias industriais pressionadas por metas de sustentabilidade. Transformar resíduos em insumos de qualidade depende de método, tecnologia e governança, não apenas de boa vontade.
Quando triagem, processamento e comprovação de origem caminham juntos, a sucata deixa de ser passivo ambiental e passa a ocupar o centro da estratégia, alimentando linhas de produto com conteúdo reciclado confiável. Veja tudo sobre esse tópico a seguir:
Sucata plástica como matéria-prima: Triagem, caracterização e preparo
O primeiro passo para posicionar sucata plástica como matéria-prima é o desenho de um processo de triagem que combine eficiência e rastreabilidade. Esteiras com leitores ópticos (NIR), separadores por densidade e sistemas de classificação por cor permitem segmentar PP, PEAD, PEBD, PET e ABS com precisão. A lavagem em circuito fechado, o desrotulamento e a remoção de contaminantes orgânicos ou metálicos elevam a qualidade dos flocos.

Conforme informa Elias Assum Sabbag Junior, o preparo adequado inclui micronização controlada, blendagem por lotes e adição de estabilizantes térmicos e UV já nesta fase. A compactação por aglomeração ou peletização facilita logística e regulariza o abastecimento para conversores. Em lotes desafiadores, o uso de compatibilizantes reativos melhora a coextrusão de polímeros com polaridades distintas, enquanto a desgasificação em extrusoras duplo-rosca reduz voláteis e odores.
Reciclagem mecânica e química em sinergia
A reciclagem mecânica permanece como espinha dorsal onde há homogeneidade de polímero e origem conhecida. Extrusoras com degasagem múltipla, filtros autolimpantes e peletização underwater entregam granulado com menor variação de MFI, o que viabiliza filmes sopro, injeção técnica e perfis para construção. Em aplicações sensíveis, desodorização por vapor e adsorventes específicos mitigam odores residuais. Já em fluxos complexos surgem rotas químicas complementares.
Ademais, como alude Elias Assum Sabbag Junior, processos de despolimerização (como glicólise e metanólise para PET) e pirólise para poliolefinas devolvem monômeros ou óleos de base que reintegram cadeias petroquímicas. Tecnologias de dissolução seletiva recuperam polímeros com menor degradação de propriedades, úteis para aplicações premium. O ponto decisivo é tratar mecânica e química como portfólio integrado, escolhendo rotas por qualidade exigida, custo total e pegada ambiental do ciclo completo.
Aplicações e novos mercados B2B e B2C
A maturidade tecnológica abriu espaço para mercados antes considerados inviáveis ao reciclado. No B2B, ganham tração pallets e caixas retorno com PP e PEAD reciclados, chapas de plástico corrugado para agronegócio, dutos corrugados para infraestrutura leve e componentes automotivos não estruturais, como suportes e acabamentos internos. Em construção civil, compósitos madeira-plástico para decks e perfis, além de mantas de impermeabilização, absorvem volumes expressivos com desempenho consistente.
Assim como destaca Elias Assum Sabbag Junior, novos nichos surgem da lógica de serviço: locação de embalagens retornáveis para e-commerce, sistemas de refill em varejo e linhas “re-manufactured” com design para desmontagem. A manufatura aditiva com PET-G e ABS reciclados atende prototipagem e séries curtas; já o têxtil técnico explora fibras de PET reciclado em geotêxteis, enchimentos e feltros acústicos. A chave é alinhar especificação de material, controle estatístico de processo e comunicação clara.
Da volatilidade ao contrato de valor
Conclui-se assim que, adotar sucata plástica como matéria-prima é migrar de compras oportunistas para contratos de valor sustentados por tecnologia e dados. Segundo Elias Assum Sabbag Junior, quando triagem inteligente, rotas mecânicas e químicas complementares e certificações atuam em conjunto, a indústria reduz riscos, estabiliza custos e diferencia produtos num mercado cada vez mais exigente. Assim, os resíduos se convertem em vantagem competitiva, e a economia circular se torna rotina escalar.
Autor: Muhamed Ashar