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A moda como uma linguagem social: Entenda o papel das roupas na construção das identidades

A moda como linguagem social mostra como as roupas constroem identidades e comunicam quem somos, observa Cristiane Ruon dos Santos.
A moda como linguagem social mostra como as roupas constroem identidades e comunicam quem somos, observa Cristiane Ruon dos Santos.

Segundo Cristiane Ruon dos Santos, a moda sempre ocupou um papel central na forma como as sociedades se organizam e se expressam. Pois, logo em seus primeiros registros históricos, as roupas já funcionavam como sinais visuais capazes de comunicar pertencimento, posição social e valores culturais.

Dessa maneira, observar a moda como linguagem social ajuda a compreender não apenas estilos, mas também comportamentos e estruturas de poder presentes em cada época. Com isso em mente, a seguir, você vai entender como a moda se construiu como uma linguagem social ao longo da história, revelando identidade, classe social e contexto cultural em diferentes períodos.

Moda como linguagem social nas civilizações antigas

Na Antiguidade, a moda já possuía uma função claramente simbólica. Egípcios, gregos e romanos utilizavam roupas para indicar posição social, funções religiosas e até proximidade com o poder político. Ou seja, o simples uso de determinados materiais ou cores era suficiente para diferenciar um cidadão comum de uma autoridade.

No Egito Antigo, por exemplo, tecidos mais elaborados e acessórios em ouro eram restritos às elites. De acordo com Cristiane Ruon dos Santos, na Grécia, as túnicas variavam conforme status e gênero, enquanto em Roma o uso da toga estava diretamente ligado à cidadania.

Esses códigos visuais organizavam a sociedade e reduziam ambiguidades nas relações sociais. Essa lógica reforça como a moda sempre foi além da estética. Ela funcionava como um sistema de sinais compartilhado, compreendido coletivamente, e essencial para a dinâmica social dessas civilizações.

Moda, identidade e mudança social na era moderna

Com o avanço do comércio, das cidades e da burguesia, a moda passou a refletir transformações sociais significativas. A partir da Renascença e, mais tarde, da Revolução Industrial, o vestuário começou a indicar não apenas origem social, mas também aspirações e identidade individual, como pontua Cristiane Ruon dos Santos.

Cristiane Ruon dos Santos destaca que moda como linguagem social traduz escolhas, cultura e personalidade.
Cristiane Ruon dos Santos destaca que moda como linguagem social traduz escolhas, cultura e personalidade.

Nesse período, a moda se diversificou e ganhou ritmo mais acelerado. Novos cortes, tecidos e estilos surgiam com mais frequência, acompanhando mudanças econômicas e culturais. Esse movimento marcou o início da moda como expressão pessoal, ainda que fortemente influenciada pelo contexto social. Ou seja, a roupa deixou de ser apenas um símbolo de classe herdada e passou a dialogar com escolhas, gostos e estilos de vida, ampliando sua função comunicativa.

A moda ainda se mantém como linguagem social?

Na sociedade contemporânea, a moda continua exercendo sua função comunicativa, embora de forma mais plural e dinâmica. Hoje, estilos se misturam, referências históricas são resgatadas e identidades individuais ganham maior espaço. Mesmo assim, roupas ainda indicam escolhas culturais, posicionamentos políticos e pertencimentos sociais.

Conforme destaca Cristiane Ruon dos Santos, a velocidade da informação ampliou o alcance da moda como linguagem, tornando-a acessível, reinterpretável e constantemente ressignificada. As redes sociais e a mídia digital intensificaram essa troca simbólica, fazendo da moda um reflexo imediato do tempo presente. Assim sendo, a moda permanece como uma linguagem viva, adaptável e profundamente conectada às transformações sociais, mantendo seu papel de comunicação ao longo da história.

Elementos da moda que comunicam mensagens sociais

Por fim, ao longo da história, diferentes elementos da moda assumiram papéis específicos na comunicação social. Esses componentes ajudam a traduzir valores e intenções sem o uso de palavras. Em seguida, separamos alguns dos principais elementos que sempre fizeram parte dessa linguagem:

  • Cores e tecidos: tons vibrantes ou neutros, assim como materiais nobres ou simples, sempre indicaram status, poder econômico ou momentos históricos específicos.

  • Modelagem e silhueta: roupas ajustadas ou volumosas refletiram ideais estéticos de cada época e, muitas vezes, papéis sociais relacionados a gênero e comportamento.

  • Acessórios e adornos: joias, chapéus, cintos e outros detalhes funcionaram como símbolos de riqueza, autoridade ou pertencimento cultural.

Esses elementos, quando combinados, constroem narrativas visuais complexas. Desse modo, percebe-se que a moda nunca atuou de forma isolada, mas integrada a valores coletivos e normas sociais.

A moda como uma expressão contínua da sociedade

Em conclusão, ao analisar a moda como linguagem social, fica evidente que roupas sempre comunicaram muito mais do que estilo. Como ressalta Cristiane Ruon dos Santos, elas revelam identidade, classe social e contexto cultural, funcionando como um espelho das sociedades em diferentes épocas. Logo, compreender essa trajetória ajuda a enxergar a moda não como algo superficial, mas como uma parte fundamental da construção social e histórica dos indivíduos.

Autor: Muhamed Ashar