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Minas registra uma morte a cada três diagnósticos de câncer de próstata

Segundo tumor maligno mais comuns entre os homens no Brasil, o câncer de próstata mata um em cada três pacientes diagnosticados com a doença em Minas Gerais. Os dados alertam para importância da identificação precoce da condição, o que aumenta a chance de cura, reforçam especialistas. Nesta quinta-feira (17) é comemorado o Dia Mundial do Enfrentamento ao Câncer de Próstata.

Desde o início de 2019 até 15 de novembro deste ano, 19.302 pacientes foram diagnosticados com o câncer de próstata. No mesmo período, foram 6.086 mortes. Em 2022, foram 3.091 diagnósticos e 1.200 mortes — média de quase quatro óbitos por dia. Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e referem-se a atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os pacientes que evoluem para óbito muitas das vezes são diagnosticados tardiamente”, avalia o médico urologista, Mateus Furtado, da Santa Casa de BH e do Instituto Orizonti. Ele reforça que o diagnóstico precoce garante um “tratamento com potencial curativo”, aumentando as chances de recuperação dos pacientes.

Oncologista clínico do Grupo Onco Clínicas e professor da PUC Brasília, Igor Alexandre Protzer Morbeck avalia com preocupação os dados em Minas. “O câncer de próstata é uma doença de lenta evolução. Por isso a importância do diagnóstico precoce”. Segundo ele, a taxa de letalidade no Estado está maior que em outros lugares do mundo.

“Podem estar chegando, no serviço público, mais casos avançados do que se deveria, havendo, então, possivelmente, uma falha nesse processo de rastreamento e diagnóstico precoce da doença”, pontua o especialista.

QUEM DEVE FAZER EXAMES DE DIAGNÓSTICO?
A partir de 50 anos, todo homem precisa passar por um exames PSA e, eventualmente, de toque retal. Caso os pacientes possuam histórico familiar de câncer de próstata, os exames devem começar um pouco mais cedo, por volta dos 40.

TRATAMENTO


O cenário ideal, segundo o urologista Mateus Furtado, é que o rastreamento de possíveis casos seja feito pela atenção primária. Os homens devem ser submetidos a exames laboratoriais, entre eles o PSA, solicitados pelos médicos clínicos gerais do Programa Saúde da Família (PSF).

Se houver alteração nos resultados, ocorre o encaminhamento para um urologista, que fará exames mais complexos, como ressonância e a biopsia da próstata. No caso de sintomas, como inflamação da próstata ou incontinência urinária, o exame de toque retal é indicado.

Caso se confirme o diagnóstico de câncer de próstata, inicia-se o tratamento nos hospitais de referência. “O tratamento ocorre por meio de um procedimento cirúrgico, quando o paciente tem um perfil adequado para a cirurgia, ou por radioterapia”, explica o urologista.

“O que difere entre um tratamento e outro não é a possibilidade de cura. Ambas se equivalem. A definição ocorre pela identificação do perfil do paciente relacionado com doenças, tipo físico e grau de desenvolvimento do câncer no momento do diagnóstico”, pontua.

VIDA SAUDÁVEL


Apesar de não ser uma doença prevenível, cuidados com a saúde podem melhorar sua saúde de maneira geral e ajudar no tratamento de um eventual diagnóstico de câncer de próstata. A obesidade, por exemplo, é fator de risco para o tumor. Junto aos dois especialistas, a reportagem lista dicas que podem ser adotadas pelos homens de qualquer idade:

Faça atividade física;
Tenha uma dieta balanceada, com menor ingestão de carne vermelha e gordura;
Reduza a quantidade de açúcar na alimentação;
Privilegie alimentos chamados antioxidantes, presentes em frutas e legumes, como tomate e romã;
Modere o consumo de bebida alcoólica: