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Gasolina puxa reduções, mas cenário em BH não é de deflação, diz economista

O custo de vida em Belo Horizonte recuou 1,09% emc agosto – a maior queda desde a implantação do Plano Real. O Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Ipead) calculou o percentual com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O produto que mais caiu de preço foi a gasolina comum: 13,44%. Setores de transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU assumem a vice-liderança: 3,96%.

Outros destaques vão para bebidas em bares e restaurantes (3,66%), e alimentos “in natura” (3,21%). Alimentação em restaurante, artigos de residência e vestuário e complementos registraram, respectivamente, 1,71%, 1,64%, e 1,24%.

No sentido oposto, destacam-se as altas de 1,61% para alimentos industrializados e de 1% para encargos e manutenção.

Impacto do ICMS

Em relação à redução de 1,09% no custo de vida em BH, o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE), destaca a “relação com o que aconteceu em julho, por causa do acúmulo de recuos devido à redução de ICMS”.

“Nesse período tivemos a energia e gasolina mais baratas ao mesmo tempo, com uma inflação negativa bem expressiva – perto de um 1% pelo índice oficial”, explica, em entrevista.

O economista lembra que a Petrobras reduziu, em agosto, o preço da gasolina nas refinarias, o que impactará nos registros do IPCA do IBGE. O balanço de agosto deve sair nesta sexta-feira (9/9).

Para André, a variação negativa do combustível será em torno de 0,5%. “A gasolina vai aparecer com queda menor que a registrada em julho, e o mesmo é esperado para a energia”.

A novidade na previsão vai para a alimentação, que registrará menor inflação. “Isso acontece porque já estão passando um pouco os efeitos da entressafra do leite, e os preços das carnes também apresentam queda”, avalia Braz.

“As grandes commodities – como milho, soja e trigo – têm tendência de números negativos. Isso melhora os custos, por exemplo, de produção de ovos e criação de animais”, complementa.

‘Cenário não é de deflação’

André Braz salienta que os “números negativos, apesar de bem-vindos, não configuram deflação”. “Assim como a inflação é o aumento generalizado dos preços, a deflação é a queda generalizada”.

“As diminuições estão concentradas em gasolina e energia devido à redução do ICMS que o governo promoveu a partir de julho”.

O especialista destacou que “há a possibilidade de a inflação continuar negativa em setembro”.

Com isso, a justificativa para a queda no mês vigente é o anúncio da Petrobras na última sexta-feira (2/9). A estatal reajustou o preço de venda da gasolina tipo A às distribuidoras de R$ 3,53 para R$ 3,28 por litro – baixa de R$ 0,25.

Inflação acumulada

Conforme o Ipead, a inflação acumulada nos últimos 12 meses está em 9,06%, e o custo da cesta básica desceu 1,82%, a R$ 667,11. “Os principais responsáveis por esse recuo foram a banana caturra (6,98%), batata inglesa (14,01%) e o tomate (9,19%)”.

Já a Selic – taxa básica de juros que influencia em empréstimos, financiamentos, aplicações financeiras e no controle da inflação – subiu a 13,75% na última reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) entre os dias 2 e 3 de agosto.

Muhamed Ashar

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